De madrugada a tristeza
que durante o dia inteiro expulsei da mente, do coração, do
corpo,
na base da porrada, do floral e de pequenas distrações
alienadas
(uma música,
um raio de sol,
uma risada com uma amiga
uma afofada na gata)
escancara a porta e as janelas como uma ventania indesejada
e eu só me encolho embaixo do edredom, enroscada
esperando a chegada dos inevitáveis efeitos mágicos
da pílula que desata o nó na minha garganta,
e adormece as revoadas constantes de mariposas
que deram pra fazer morada em meu estômago, as danadas!
A ventania vira brisa do mar, suave sopro, breve calafrio.
Eu durmo um sono delicioso, indomável,
artificialmente induzido,
pensando no "amanhã" como apenas mais um dia.
E cada mais um dia de amanhã
Como mais um dia vivido.
(Arte: Alphonse Inoue)
Nenhum comentário:
Postar um comentário