Eu e Godinho éramos sobreviventes do apocalipse zumbi.
Andávamos por aí em um grupo errante de sobreviventes, ceifando a vida de
zumbis famintos e lutando contra outros grupos de humanos sobreviventes, enfim,
o dia a dia de um apocalipse zumbi normal. Em um dado momento de muita
adrenalina eu vi um amigo e pensei que ele estivesse ferido, mas quando me
aproximei percebi, a tempo de conseguir fugir, que ele estava zumbificado e era
tarde demais para salvá-lo. Ufa, essa foi por pouco. Nosso grupo então achou um
ônibus e fomos embora nele. Nesse ônibus notei que a Lia tava sentada atrás da
gente. Sem mais nem menos o ônibus pára e entram dois sujeitos, com sotaque
nordestino, vendendo chapéus de palha (aparentemente ainda existia dinheiro e
ele ainda valia alguma coisa. Chapéus de palha também). Mas calma aí, isso não
é o mais absurdo. Não eram chapéus de palha comuns, daqueles que poderiam de
repente ser até úteis numa situação dessas, pra proteger do sol e tals. Eram
uns chapeuzinhos pequenos, mega-fofos, e umas casquetes lindinhas! A Lia
comprou um muito bonitinho com a abinha irregular virada pra cima, e eu peguei um
que parecia um mini-chapéu de chinês, mas com umas pérolas bordadas e uma
pluminha branca. Aí eles falaram "mas o melhor está aqui" e abriram
uma caixa onde tinha um montão de enfeites de cabeça, casquetes, fascinators,
etc. "Olha esse aqui", e pegaram um alfinete de chapéu com um coelho
estilizado super art decò (seria uma participação especial da Aline Coelho?!) e
era a coisa mais linda do mundo! Tudo era super barato e compramos muita coisa!
E por um momento até esquecemos que o mundo estava infestado por um vírus
misterioso que transformava humanos em aterrorizantes zumbis sedentos de
sangue.
MORAL DA ESTÓRIA: DIVAS SÃO DIVAS. Elas tem que divar, no
matter what.
Boa noite.
Arte: Zombie Pin Up de Rob Sacchetto
Nenhum comentário:
Postar um comentário